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Na foto, a rua principal de Copacabana, o começo da minha viagem pela Bolívia

Copacabana, na Bolívia e Lago Titicaca, o berço da civilização inca

Copacabana, na Bolívia e o lago Titicaca são belas surpresas no mochilão pela América do Sul.

Depois de mais de três meses de viagem pela América do Sul, esperava ansiosamente para chegar em Copacabana da Bolívia. E não só porque a cidadezinha seria o ponto de partida do meu roteiro de mochilão pela Bolívia. Queria muito conhecer o lago Titicaca por causa da geografia, da história e das lendas que cercam o local.

Copacabana da Bolívia

Para começar, além de ser o primeiro destino boliviano para quem cruza a fronteira do Peru para a Bolívia por via terrestre, Copacabana é o principal ponto turístico às margens do lago Titicaca e oferece muito o que fazer para quem quer conhecer o lago e suas atrações.

Copacabana Bolívia destino turístico no Titicaca

Copacabana, na Bolívia, é o principal destino turístico no lago Titicaca.

Está localizada a 155 km de distância de La Paz, no sudoeste da Bolívia, e tem 6 mil habitantes. O Titicaca, o maior lago em volume de água da América do Sul, a 3.800 metros de altitude, é apontado como o mais alto lago navegável por grandes embarcações do mundo.

Ao seu redor, surgiram grandes culturas, inclusive a civilização inca. Diz uma das lendas do surgimento dos incas que das águas do lago Titicaca emergiu Manco Capac, o primeiro inca e fundador de Cusco, no Peru, localizada a 530 km de distância de Copacabana, na Bolívia.

Mais abaixo, relato um pouco das minhas experiências de viagem nos lugares mais legais de Copacabana, Bolívia. Antes, conto foi como cruzar a fronteira entre Peru e o país de mochila nas costas…

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A fronteira entre o Peru e a Bolívia

À princípio, fui de Copacabana a partir de Cusco, no Peru. Assim, a viagem inteira demorou cerca de 10 horas. De La Paz, capital da Bolívia, até Copacabana, são mais ou menos duas horas de viagem de ônibus.

Como chegar em Copacabana

fronteira do Peru para a Bolívia

Foi bem fácil cruzar a fronteira do Peru para a Bolívia, não tive problema nenhum

Voltando ao meu roteiro em Copacabana. Peguei um ônibus noturno, às 10h00, de Cusco até Puno, ambos no Peru, por 40 soles. Para quem vai para a Bolívia por via rodoviária, Puno, no Peru, é uma parada quase obrigatório.

A princípio, iria ficar uns dias em Puno, a capital folclórica do Peru, mas no ônibus resolvi cruzar a fronteira com a Bolívia e seguir para Copacabana. Sendo assim, não precisei nem trocar de carro, só comprar a passagem de Puno a Copacabana por mais 10 soles (os preços variam ao gosto do balconista, vi turistas pagando o dobro na minha frente!).

Dessa maneira, o ônibus que saiu de Cusco às 22h chegou cerca de 5h em Puno. Logo, avisei o motorista que iria seguir para a Bolívia, comprei a passagem de ônibus e partimos às 7h30. E, assim, meio sonâmbulo, fui acompanhando a margem do imenso lago Titicaca até a fronteira entre o Peru e Bolívia.

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Fronteira Peru – Bolívia

No próprio ônibus, eles explicam o que precisa ser feito. Foi muito, muito tranquilo para cruzar a fronteira da Bolívia de manhã. Você tem que passar por dois escritórios do lado peruano para apresentar o passaporte e o papel que você pega ao entrar no Peru, que, espero, você tenha guardado com atenção!

Quem passou mais dias do que os permitidos no Peru tem que pagar uma multa de US$ 1 por dia extra. Desse modo, cruzei a fronteira entre os dois países a pé e, já na Bolívia, passei rapidamente por um escritório para carimbar o passaporte, pegar o papel de entrada no país e pronto.

Nem no Peru nem na Bolívia brasileiros precisam de visto. ou passaporte. Nos dois países, é possível visitar em viagem apenas com o RG de documento, mas recomendo fortemente ter o passaporte brasileiro com validade em mãos.

Enquanto todos os turistas fazíamos o procedimento, o ônibus cruzou a fronteira e embarcamos já na Bolívia de novo. A fronteira entre o Peru e a Bolívia está localizada bem perto do centrinho de Copacabana. No entanto, ao entrar na cidade é preciso pagar uma taxa de 1 boliviano, a moeda da Bolívia. Quando fui, o câmbio estava 1 real para 3 bolivianos.

Nos dois lados da fronteira tem casas de câmbio, troquei uma nota de 20 soles e até moedas picadas, tudo muito tranquilo.

O que fazer em Cusco, no Peru

O que fazer em Copacabana

Copacabana é pequena, muito simples, mas tem muitas casas de câmbio, hotéis econômicos, pousadas baratas, e muitos lugares para comer, além de dois ou três bares que têm vida noturna, às vezes com música ao vivo. Mas não espere muito: é um povoado de seis mil habitantes.

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O que fazer em Copacabana, na Bolívia.

Isla del Sol e o primeiro templo inca

A Isla del Sol é a maior ilha do lago Titicaca e é o destino turístico mais famoso partindo de Copacabana, na Bolívia.

A Isla del Sol América do Sul

A Isla del Sol, perto de Copacabana, tem algumas das paisagens mais incríveis da América do Sul.

Nesse sentido, a Isla del Sol é uma ilha montanhosa (o ponto mais alto está a cerca de 4.100 metros, enquanto o lago está a 3.800), com vista para picos nevados nos Andes, muitos vestígios arqueológicos, como terraços de agricultura e, principalmente, um templo que, aqui e ali, é apontado como a morada de Manco Kapac, o mítico fundador da civilização inca.

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Isla del Sol, perto de Copacabana, é um dos lugares mais lindos da América do Sul.

Mas… acredito mais na versão de que aquilo era um depósito de alimentos. Ironicamente, menos saborosa, mas mesmo assim impressionante. Basicamente, a ilha se divide entre a parte sul e a parte norte. Entre uma ponta e outra há pouco mais de 8 km.

Cerca de mil famílias moram na Isla del Sol, que conta com algumas pousadas simples e restaurantes nos pequenos povoados.

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Chegamos na ilha pelo sul…

Leve bastante dinheiro se for visitar a ilha. Uma água de 1 litro custou 10 bolivianos, por exemplo, e os restaurantes também são mais caras do que em Copacabana. Além disso, há vários ingressos e taxas para pagar por todo lado. Ainda assim, é um passeio barato, já que estamos falando de Pesos Bolivianos, moeda cujo câmbio nos favorece bastante.

Barcos de Copacabana para a Isla del Sol

Antes de mais nada, os barcos para a Isla del Sol saem as 8h30 da marina de Copacabana – Bolívia. Por isso, é preciso ficar atento ao horário. O barco até a parte norte, onde ficam os principais tesouros arqueológicos da ilha demoram cerca de duas horas para chegar e custam 25 bolivianos. Ida e volta no mesmo dia saía por 40 bolivianos.

Atravessei o lago Titicaca em um barco desses. Aliás, foi bem precário: a fumaça que saía do motor a viagem inteira fez uma galera passar mal. Horrível!

passeio de barco lago titicaca

Foram duas horas de fumaça na fuça…

Chegando na ilha, um monte de guia de turismo abordam os viajantes, que formam vários grupos de turistas. Escolhi o grupo com mais mochileiros, paguei 10 bolivianos para entrar em um museu simples e na trilha que vai beirando o lago Tititcaca até a Mesa Cerimonial e no Chinkana, ou Labirinto, o templo do primeiro inca (ou o armazém de alimentos?!).

Chinkana, o templo Inca

Você pode ir sozinho ou com o guia, que cobra 10 soles ao final da caminhada. Segundo o guia, o Chinkana é o templo onde viveu o primeiro inca, etc. etc. etc.

Eu ouvi com atenção e respeito a lenda e as informações históricas do guia, mas, como em toda história inca e dos nativos sul-americanos em geral, nada é muito certo, há poucos fatos e informações certas até mesmo sobre Cusco ou, muito menos ainda, Machu Picchu.

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A mesa cerimonial no norte da ilha do sol, pertinho de Copacabana – Bolívia.

Depois dessa trilha até o norte da ilha, tem uma das trilhas mais legais da América do Sul, de 8 km, do norte ao sul da Isla del Sol, que percorri em duas horas para dar tempo de voltar nos barcos da tarde. Tem gente que volta com o guia, é o mesmo caminho da vinda, e muito mais fácil.

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O templo do fundador da civilização inca…

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…ou um depósito de alimentos? De qualquer forma, um tesouro arqueológico

Duas horas é bem rápido para percorrer a trilha da Isla del Sol.

Eu já estava de mochilão há 3 meses e meio praticamente só na altitude, fazendo muitas trilhas, e a garota que estava comigo, também era acostumada com altitude e caminhadas. Nós aceleramos porque achamos que poderíamos perder o barco de volta.

Chegamos ao porto com uma boa margem, deu até para almoçar. Mas ressalto: é uma trilha na altitude e cheia de subidas e descidas. Dá para sofrer!

Ilhas do lago Titicaca – Copacabana, Bolívia

Além da Isla del Sol, os turistas também visitam a Isla de La Luna, ou ilha da lua, outro pedaço de terra no localizado no lago Titicaca com bastante história. Era uma ilha onde, conta-se, eram levadas virgens incas, que aprendiam a tecer e preparar bebidas cerimoniais, entre outras atividades.

Também são comuns os passeios de barco até as Islas Flotantes (ilhas flutuantes), ilhas artificiais feitas de uma planta que cresce no lago Titicaca. Assim, as ilhas são construídas com técnicas milenares dos uros, uma comunidade nativa do Titicaca. Em algumas dessas ilhas feitas pelos homens, chegam a viver dezenas de famílias.

Nesse sentido, o turismo em Copacabana – Bolívia, é uma das principais fontes de renda dessas famílias, assim como a produção de artesanato.

Pôr do sol no lago Titicaca

Cheguei da Isla del Sol a tempo de, mais uma vez, assistir ao pôr do sol no lago Titicaca.

O pôr do sol no lago Tititcaca, a 3.800 metros de altura

O pôr do sol no lago Titicaca, a 3.800 metros de altura

Em frente ao lago, há três ou quatro bares e restaurantes com cadeirinhas nas lajes para assistir ao astro baixando. Sem dúvida, vale a experiência!

Horca del Inca – Copacabana, Bolívia

A Horca del Inca (em quéchua, Inti Watana, a principal língua falada pela civilização inca) é um observatório astronômico e cerimonial. Subi para o morro Kesani para ver a herança arqueológica e também poder observar a linda bahia de Copacabana do alto. Sem dúvida, é um outro passeio perto de Copacabana, na Bolívia, que vale muito a pena incluir no roteiro.

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De cima da laje, com um drink na mão, curtindo o visual da Bolívia.

O Calvário

No morro oposto ao Kesani há um famoso caminho muito procurado por peregrinos bolivianos e de fora do país: o Calvário, que simula o calvário de Jesus até a cruz. Mas não são só os adeptos do turismo religioso que sobem o Calvário: o alto do morro oferece uma linda vista de Copacabana e do lago Titicaca.

Basílica de Copacabana, Bolívia

Por fim, o turismo religioso em Copacabana também conta com a Basílica de Copacabana, uma das igrejas mais importantes da Bolívia. Assim, uma das atrações da igreja é uma estátua de Virgem de Copacabana esculpida por um artista indígena em 1580. É uma das mais antigas representações da Virgem Maria das Américas.

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