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A praia do Amor, um dos principais pontos turísticos da Amazônia

Alter do Chão, o Caribe brasileiro a 35 km de Santarém (PA)

As praias de água doce de Alter do Chão o fazem receber o apelido de Caribe brasileiro, o que é um belo elogio… também para o Caribe.

Para começar, a vilinha no Pará, fica a uma distância de 35 km de Santarém, é mais charmosa, mais limpa e com mais atrações da floresta do que Manaus, na região norte do Brasil.

Certamente, Alter do Chão e suas praias de água doce são a verdadeira porta de entrada do turismo na Amazônia. Nesse sentido, para quem pergunta onde ir na Amazônia, sempre respondo: Alter do Chão, o Caribe brasileiro. Você precisa ir para entender todas as belezas desse destino no meio da floresta.

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Alter do Chão, o Caribe brasileiro

A vila de Alter do Chão fica às margens das águas transparentes e de cor esmeralda do rio Tapajós.

alter do chao caribe brasileiro

Com suas praias de água doce, Alter do Chão é um dos inúmeros destinos de ecoturismo na Amazônia.

Da pracinha principal de Alter, sem se aventurar de barco ou em caminhadas, já dá para ver um cenário à altura da imensidão amazônica: a imensidão do rio Tapajós.

Às vezes, a impressão é de estar olhando o mar. A praia de água doce e areias branquinhas, os passeios de barcos para lá e para cá. Literalmente, é como se estivéssemos no Caribe, mas o brasileiro!

Alter do Chão é especialmente deslumbrante entre agosto e dezembro, quando as águas dos rios baixam e, no Tapajós, surge uma faixa de areia branca e finíssima, a praia do Amor.

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O que fazer em Alter do Chão

Uma das principais atrações naturais da vila balneária é o Lago Verde, cercado pela Floresta Encantada. Aliás, encantado, pois o adjetivo se justifica.

O Lago Verde verde possui mais de uma dezena de nascentes e águas cristalinas.

Do barco — é bem fácil alugar na praça principal de Alter do Chão, é possível ver o fundo colorido por plantas do Lago e fotografar cardumes que parecem fazer coreografias, tão rápidos e sincronizados são os movimentos. E é muito bom para banho de rio na Amazônia.

A Praia do Amor – Santarém

Ao ver a Ilha do Amor (ou Praia do Amor), em Alter do Chão, entendi porque essa é considerada uma das melhores praias do Brasil.

Certamente um destino para colocar na lista de viagens para 2023! Aliás, no verão, pois as praias de água doce, assim como Ponta de Pedras e a Praia do Amor, surgem no chamado verão amazônico, quando as chuvas dão (um pouco) de trégua e os rios metros mais baixos.

Mas não se preocupe: a chuva não deixa esquecer que estamos na Rain Forest, a floresta que chove.

Por sinal, uma dica para os viajantes de primeira hora, o mês de setembro é, normalmente, o período em que a Praia do Amor mais se destaca.

Neste mês, também ocorre uma das festas populares mais tradicionais da Amazônia e do Brasil, a Festa do Sairé. Por isso, vale a dica. Prepare-se para viajar ainda em 2022 ou espere o próximo setembro.

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Uma trilha perto do Caribe brasileiro

A Floresta Encantada

Em Alter do Chão, a Floresta Encantada, a mata de Igapó pela qual dá para passear entre as árvores de barco, surge com mais força entre os meses de janeiro a julho, mas o Lago Verde também é… encantado no resto do ano. Sem dúvida, algo que nosso caribe brasileiro destoa como num encanto.

Já à noite, a vila balneária de Alter do Chão fica bem tranquila, mas na pracinha principal dá para comer, beber sucos de frutas amazônicas e até uma caipirinha.

Também dá para ouvir histórias e combinar com outros turistas aventuras de ecoturismo: caminhadas na Floresta Nacional dos Tapajós, visitas a comunidades ribeirinhas, pôr do sol (com botos, espera-se) na Ponta do Cururu.

alter do chão

A gigantesca árvore amazônica na Floresta Nacional dos Tapajós, no Pará

No coração do vilarejo no interior do Pará, ouve-se muito falar da trilha entre Alter do Chão – Tapajós.

E, claro, ouvimos falar de vovó: — uma árvore samaúma que tem 1.200 anos segundo as pessoas da região e cujo o tronco é tão grosso que um cordão formado por 28 pessoas não foi suficiente para abraçar.

Vovó é uma das atrações da Floresta Nacional dos Tapajós, ou Flona Tapajós, uma unidade de conservação ambiental às margens do rio Tapajós e suas águas cor de esmeralda.

A Floresta Nacional dos Tapajós

Na exuberante área de floresta amazônica, 29 comunidades ribeirinhas vivem; nove comunidades estão habilitadas pelo Ibama para desenvolver o turismo sustentável, ou ecoturismo.

Foi para uma delas, a comunidade do Maguari, que partimos atrás do sonho de caminhar por regiões (quase) intocadas para ver a samaúma vovó.

O primeiro desafio foi decidir o meio de transporte pelo rio a partir de Alter do Chão. Aliás, algo que nos faz enxergar as belezas naturais do Caribe brasileiro.

Contudo, de lancha voadeira, o preço é salgado, mas a viagem é curta: uma hora.

Já de canoa motorizada… seriam três horas, um preço menor, mas só de pensar em uma jornada dessa em canoa, minha perna começa a formigar: é muito desconfortável. E tem o sol amazônico no pote as 3 horas.

Flona Tapajós

Dessa maneira, decidimos ir de voadeira e marcamos com o barqueiro bem de manhãzinha. Na manhã combinada, compramos algumas coisas no mercadinho e, untados em protetor solar,  fomos ao Maguari. Assim, para entrar na Flona é preciso pagar algumas taxas, tanto ao Ibama quanto à comunidade, mas é coisa pouca.

Então, por sugestão do nosso amigo barqueiro, levamos ingredientes para fazer um almoço simples (arroz, feijão, frango, tomate, cebola… essas coisas), pacotes de bolacha, água.

A comida que levamos, deixamos com uma moradora do local. Por uma pequena quantia, ela prepararia o almoço-lanche-da-tarde-janta e, ao voltar da caminhada pela Flona, poderíamos comer. E ainda trocamos o frango por peixe fresco!

Depois de uma pequena aula sobre como vive a comunidade, partimos na nossa aventura de ecoturismo.

A caminhada pela Floresta do Tapajós

Com um guia local, caminhamos por cerca de três horas em trilhas para chegar até a grande samaúma da Floresta Nacional dos Tapajós.

O caminho é aberto (deu para ir de bermuda sem arranhar a perna em plantas mais baixas), mas tem partes difíceis, principalmente algumas subidas no começo. Tivemos que economizar água para beber. Na volta, a gente bebia gotinha.

E vivemos muitas emoções. Passamos saltitando por formigas que picavam doído, disse o guia. Acreditei. Já bem no meio da selva ouvimos um rugido alto, tenebroso, perto da gente. Para mim, era uma onça. Nosso amigo disse se tratar de um gato maracajá.

Cerâmica indígena

Encontramos cacos de cerâmica indígena em um trecho que já foi ocupado por índios há séculos.

Como no curso de comissário de bordo, bebemos água que gotejava de uma raiz arrancada do chão (abismados com a capacidade do guia de reconhecer não só a planta, como a raiz que brotava do chão!). O clima é amazônico: quente e úmido.

Mas ao menos não sentimos o sol do meio-dia: na maior parte da trilha, a floresta se encarregava de fazer sombra para nós, meros humanos.

Em alguns lugares da Amazônia a sombra é tanta que para foto sair boa tinha que colocar flash. Ao longo do trajeto, toda vez que topávamos com uma samaúma, eu parecia uma criança: chegamos?

Chegamos? Chegamos?

Os sons da floresta amazônica são incríveis

A samaúma, qualquer samaúma, é mesmo uma árvore impressionante. E uma pancada na raiz faz um estrondo impressionante: ela já foi usada como meio de comunicação pelos índios.

Só que quando cheguei, vi que não tinha sentido a ansiedade. Como podem ver no alto dessa página, nada se compara a Vovó.

Ela não é uma samaúma, nem  uma árvore, qualquer: é um dos seres vivos mais impressionantes que já vi. O tronco é gigantesco. Se dissessem que ela tem 15 mil anos, eu acreditaria.

Demos voltas pelo tronco, escalei na parte mais fácil, lamentamos não conseguir enxergar a copa. E descansamos sentados nas raízes. Segundo o guia, dá para acampar no pé da árvore gigantesca, mas a gente não tinha se preparado, infelizmente.

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Festa do Sairé – Alter do Chão

A Festa do Sairé, em Alter do Chão, mistura elementos religiosos católicos com expressões da cultura local e enche os olhos dos moradores e dos turistas: é alta temporada no caribe brasileiro.

Por isso, é importante planejar a viagem com antecedência por conta dos voos e hotéis em Alter do Chão, Santarém e cidades vizinhas.

caribe brasileiro alter do chao

As praias de água doce de Alter do Chão, caribe brasileiro, vista do alto do Morro da Piroca.

A mais tradicional festa popular da Amazônia

Durante cinco dias, a Festa do Sairé apresenta procissões, grupos de cairibó, dramatizações de lendas amazônicas, como a do boto homem que seduz a índia.

O auge do festival folclórico no Brasil é a simpática disputa entre os botos Cor de Rosa e Tucuxi, grupos com alegorias, músicas e fantasias, como as escolas de samba.

Porém, é importante esclarecer para quem não gosta de praia cheia, que evite viajar para Alter do Chão durante a Festa do Sairé, especialmente duramte o fim de semana do festival.

Isso porque o caribe brasileiro vira destino de gente de toda a região, incluindo Santarém, e, sinceramente, a praia fica lamentável: jets skis não respeitam banhistas, banhistas não respeitam o rio com sujeira.

Por fim, recomendamos o relato sobre Alter do Chão, especialmente onde ficar, no blog Pé na Estrada, do Altier Moulin. Além disso, vale a pena conferir as dicas úteis no site Melhores Destinos sobre a região.

Turismo na Amazônia

Em síntese, três dicas básicas antes de viajar e fazer turismo pela Amazônia, especificamente na vila balneária de Alter do Chão (PA) são:

Dicas básicas antes de viajar pelo Caribe brasileiro

1. Onde fica Alter do Chão – A vila fica a 33 km de distância de Santarém e a apenas 15 km do aeroporto de Santarém.

2. Quando ir para Alter do Chão – Entre os meses de setembro e dezembro, às aguas do rio Tapajós baixam e forma-se a Praia do Amor. Com areia branquinha — por isso a comparação e o apelido de caribe brasileiro, é considerada uma das melhores praias do Brasil. E é de rio. Vale lembrar que setembro também é o mês da Festa do Saité, celebração centerária que envolve milhares de pessoas.

3. Atrações de Alter do Chão – A natureza ao redor de Alter é um belo exemplo das belezas da Amazônia: Praia do Amor, Lago Verde, Floresta Nacional dos Tapajós, Ponta do Cururu, Serra da Piroca.

Por fim, para não errar na próxima viagem internacional, confira todo nosso conteúdo, com dicas de viagens, passeios, roteiros e hotéis. Assim, viaje com os relatos de quem realmente entende de turismo e esteve no local. Tire dúvidas, troque ideias e experiências.

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