Tipos existentes de macacos: classificação, espécies e curiosidades

Os macacos são mamíferos da ordem dos primatas, um grupo que, aliás, inclui nós, humanos. Eles se dividem em dois grandes grupos: os macacos do Novo Mundo, que vivem nas Américas, e os do Velho Mundo, encontrados na África e Ásia.

Vários tipos de macacos em seu habitat natural na floresta, incluindo macacos-prego, bugios, macacos-aranha e saguis.
Tipos existentes de macacos: classificação, espécies e curiosidades

Dentro desses grupos, há dezenas de espécies, cada uma com seu tamanho, comportamento e habitat próprios. Os do Novo Mundo costumam ter cauda preênsil e vivem em árvores, enquanto os do Velho Mundo podem ser terrestres ou arborícolas, com diferenças marcantes como narinas próximas.

Classificação dos tipos existentes de macacos

A classificação dos macacos leva em conta localização geográfica, características físicas e critérios taxonômicos. O básico é saber se eles são das Américas ou da África/Ásia.

A presença (ou ausência) de cauda, por exemplo, é um detalhe que faz toda a diferença para identificar cada grupo.

Diferença entre macacos do Novo Mundo e Velho Mundo

Os macacos do Novo Mundo, chamados de platirrinos, vivem nas Américas Central e do Sul. Eles pertencem a famílias como Callitrichidae (saguis e micos), Cebidae (macacos-prego, saimiris), Aotidae (macaco-da-noite), Atelidae (bugios, macacos-aranha, muriquis, macaco-barrigudo) e Pitheciidae (uacaris, cacajaos e outros).

Já os do Velho Mundo, ou cercopitecídeos, ficam na África e Ásia. Todos são da família Cercopithecidae, que inclui gêneros como babuínos e macacos macaques.

Eles são adaptados a ambientes bem variados, de savanas a florestas tropicais.

Critérios taxonômicos: famílias e gêneros

Nos macacos do Novo Mundo, há seis famílias e muitos gêneros. A Callitrichidae reúne pequenos primatas como saguis; a Cebidae traz os macacos-prego e saimiris, conhecidos pela adaptabilidade; e a Atelidae inclui os maiores macacos do Novo Mundo, presentes na América do Sul.

Macacos do Velho Mundo pertencem à família Cercopithecidae, com 21 gêneros e cerca de 139 espécies. Entre eles, o gênero Macaca se destaca, com várias espécies que se adaptaram a diferentes climas.

Importância da cauda na identificação

A cauda é um detalhe-chave para diferenciar macacos de outros primatas, como os hominídeos, que não possuem cauda. Nos macacos do Novo Mundo, ela é geralmente longa e preênsil, funcionando quase como um quinto membro para agarrar e equilibrar.

Isso facilita muito a vida nas árvores, especialmente em florestas densas.

Já nos macacos do Velho Mundo, a cauda costuma ser curta ou até inexistente, como nos babuínos. Quando está presente, raramente é preênsil.

Esse detalhe ajuda a entender os hábitos e o ambiente onde cada espécie se dá melhor.

Principais características físicas

Além da cauda, outras diferenças físicas saltam aos olhos. Os platirrinos têm narinas largas e afastadas, olhos grandes em alguns casos e membros ágeis, perfeitos para a vida nas copas.

O macaco-da-noite, por exemplo, tem olhos enormes, uma adaptação para enxergar no escuro.

Os macacos do Velho Mundo têm narinas próximas e voltadas para baixo, dentes diferentes e pele menos colorida. Em geral, são maiores e mostram uma variação maior nos hábitos alimentares.

Essas características refletem as adaptações a ambientes que vão de florestas densas a campos abertos.

Tipos de macacos do Novo Mundo

Esses macacos vivem principalmente nas florestas tropicais da América do Sul e Central, inclusive no Brasil. Suas narinas são separadas e, em geral, eles são menores que os do Velho Mundo.

A diversidade é grande, indo dos pequenos saguis até os enormes muriquis.

Saguis e micos

Saguis e micos fazem parte da família Callitrichidae. São pequenos, encontrados em florestas como a Mata Atlântica e o Cerrado.

O sagui-anão e o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) são exemplos bem conhecidos.

Vivem em grupos familiares, são diurnos e se alimentam de frutas, insetos e pequenos animais. O mico-leão-dourado, com sua cor vibrante, é um símbolo da Mata Atlântica e está ameaçado de extinção.

Macacos-pregos e sapajus

Os macacos-pregos e sapajus pertencem à família Cebidae. Eles aparecem em várias regiões do Brasil, da Amazônia à Mata Atlântica.

O sapajus nigritus é comum na Mata Atlântica.

Esses macacos são notáveis pela inteligência e uso de ferramentas. Têm corpo robusto, cauda preênsil e podem ser tanto arborícolas quanto terrestres.

Na dieta, vale quase tudo: frutas, sementes, pequenos animais e ovos.

Bugios e bugio-preto

Bugios são da família Atelidae e conhecidos pelo canto alto, que ecoa por quilômetros. O bugio-preto (Alouatta caraya) vive no Brasil, especialmente na Amazônia e no Cerrado.

Esses macacos comem principalmente folhas e frutos. O corpo é forte e a cauda longa e preênsil facilita a vida nas copas.

A vocalização serve como marcação de território e comunicação.

Macacos-aranha e muriquis

Macacos-aranha e muriquis também são da família Atelidae. Os macacos-aranha são super ágeis, com braços e dedos longos, ótimos para se mover na vegetação alta da Amazônia e Mata Atlântica.

Os muriquis, gênero Brachyteles, são os maiores primatas do Brasil. A espécie Brachyteles hypoxanthus, o muriqui-do-sudeste, está ameaçada.

Vivem em grupos sociais bem complexos e têm dieta herbívora, com folhas, frutas e flores. Tanto muriquis quanto macacos-aranha dependem muito da cauda preênsil para se locomover.

Tipos de macacos do Velho Mundo

Os macacos do Velho Mundo são um grupo variado, com espécies que diferem bastante em tamanho, comportamento e habitat. Eles vivem principalmente na África e Ásia, de savanas a florestas e montanhas.

Esses primatas têm traços físicos e sociais que os separam dos macacos do Novo Mundo.

Babuínos, mandris e outros gêneros

Babuínos são talvez os mais famosos entre os macacos do Velho Mundo. Vivem em áreas abertas da África, com corpo robusto, focinho alongado e cauda curta.

O mandril, parente próximo, chama atenção pelas cores vibrantes do rosto e pelo tamanho.

O grupo inclui também os macacos do gênero Macaca, como os macacos-rhesus, muito comuns na Ásia. Eles podem ter cauda curta ou nem ter cauda.

O comportamento social é complexo, com grupos grandes e hierarquias marcantes.

Espécies como os guenons também fazem parte desse grupo, mostrando uma variedade enorme de dieta e habitat.

Diferenças morfológicas e comportamentais

Os macacos do Velho Mundo têm narinas próximas e voltadas para baixo, diferente dos do Novo Mundo. Em geral, são maiores e com membros inferiores adaptados à vida no chão.

O comportamento social chama atenção: babuínos vivem em grupos grandes, comunicando-se por vocalizações e expressões faciais.

Mandris têm dimorfismo sexual bem visível, com machos mais coloridos e maiores.

Alguns desses macacos são quase só terrestres, enquanto outros alternam entre solo e árvores. Isso depende muito do ambiente e das estratégias de cada espécie.

Habitat: savanas, florestas e montanhas

Os habitats variam bastante. Nas savanas africanas, babuínos e mandris andam em grupos grandes, lidando com predadores e buscando comida.

Nas florestas tropicais da África e Ásia, algumas espécies vivem em áreas densas, como os macacos colobus. Gorilas e orangotangos, apesar de não serem macacos, compartilham o ambiente com eles.

Em regiões montanhosas, como Bornéu, há espécies adaptadas ao frio e a terrenos rochosos. Essa diversidade de ambientes molda a dieta e o comportamento desses primatas.

Distribuição, biomas e conservação dos macacos

No Brasil, os macacos ocupam biomas como Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Muitos são endêmicos, o que torna a conservação ainda mais urgente.

A destruição do habitat e a caça representam ameaças reais à sobrevivência desses primatas.

Macacos brasileiros e endemismo

O Brasil tem o maior número de espécies de primatas do planeta, com 118 espécies espalhadas por quatro famílias. Só na Amazônia, são 92 espécies — um número que impressiona.

A Mata Atlântica vem logo atrás, com 24 espécies. O Cerrado e o Pantanal ficam com cinco cada um, enquanto o Pampa e a Caatinga abrigam apenas uma espécie.

Espécies como o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) e o muriqui-do-norte são endêmicas daqui. O mico-leão-dourado, símbolo da Mata Atlântica, vive em áreas bem restritas e, francamente, cada vez mais fragmentadas.

A maioria dos macacos brasileiros é arborícola. Eles vão de pequenos saguis até os muriquis, que são bem maiores.

Alguns gêneros, como Leontopithecus e Callithrix, só existem no Brasil. Isso, sem dúvida, aumenta o valor deles para nossa biodiversidade.

Espécies ameaçadas de extinção

A destruição dos habitats, principalmente nas florestas tropicais, é a maior ameaça aos macacos brasileiros. De acordo com ICMBio e Ministério do Meio Ambiente, cerca de 35 espécies estão em risco de extinção.

O mico-leão-dourado e o mico-leão-de-cara-preta têm áreas de ocorrência super restritas, o que deixa tudo ainda mais delicado. Macacos maiores, como o muriqui, também sofrem bastante com a perda de território.

O comércio ilegal e a caça só pioram o quadro. Em lugares como a Mata Atlântica, várias populações já foram drasticamente reduzidas.

A sobrevivência dessas espécies está ligada diretamente à conservação dos habitats. É um desafio e tanto, mas não impossível, certo?

Preservação e papel da União Internacional para a Conservação da Natureza

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) acompanha de perto o estado dos macacos brasileiros. Ela classifica várias espécies em diferentes categorias de risco.

Essas listas vermelhas acabam influenciando políticas públicas e servem de guia para ações de proteção. Não dá pra ignorar o peso dessas orientações, mesmo que às vezes pareçam distantes do dia a dia.

Reservas particulares e unidades de conservação são táticas centrais pra manter essas espécies vivas. O Brasil abriga várias áreas protegidas, como parques nacionais e reservas extrativistas.

Programas de conservação voltados para espécies emblemáticas, tipo o mico-leão-dourado, têm mostrado avanços. Mas, honestamente, sem a colaboração entre órgãos ambientais, comunidades locais e ONGs, tudo fica mais difícil.