29 de agosto de 2021 (atualizado) por Muita Viagem.
Quer saber o que fazer em Madrid?
Quando um viajante passa por Londres e não pega nem uma chuvinha, nem um diazinho nublado, pode-se dizer que essa pessoa ganhou na loteria.
O mesmo acontece em Madrid, só que com a lógica inversa: à exceção do mês de abril, quando chove bastante, (em espanhol, há o ditado “abril, lluvias mil”), a capital da Espanha poderia ser classificada como um deserto urbanizado ou algo do tipo.
A parte chata é que você vai sentir muita, mas muita sede durante os passeios em Madrid; a boa é que dificilmente suas andanças pela cidade serão interrompidas por más condições climáticas.
Aqui, reunimos dicas para aproveitar seus dias de céu azul em Madrid como um autêntico local.
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O que fazer de manhã em Madrid
Os espanhóis acordam tarde e a cidade também.
Há toda uma discussão sobre o fuso-horário da Espanha, que é o mesmo da Alemanha, mas o sol chega aqui depois. Na prática, o que acontece é que às vezes é difícil até tomar café da manhã em Madrid antes das 9h. Se você é do tipo que madruga, aproveite o jet lag para desacelerar.
Huertas – Barrio de las Letras
O charmoso Barrio de la Letras em Madrid – foto: Luiza Sahd
Um bom lugar para começar o dia é o bairro de Huertas, também conhecido como Barrio de las Letras.
Por essa região, viveram figuras como Miguel de Cervantes, Lope de Vega, Quevedo y Góngora. As charmosas ruas de paralelepípedos têm trechos com citações, poemas e histórias dos autores estampadas pelo chão em letras douradas e pomposas. Além de fotogênicas para o seu Instagram, são bem inspiradoras.
Aposte em um desjejum de campeões no La Fabrica, um café e bistrot com livraria (e, eventualmente, exposições de arte). A boa é o pan con tomate ou a tortilla, bem típicos e saborosos.
La Fabrica é um bom lugar para comer em Madrid – foto: Divulgação
Em Huertas, você estará bem perto dos museus mais importantes de Madrid: Prado, Reina Sofia, CaixaForum e Thyssen-Bornemisza.
Se a ideia for aproveitar o dia ao ar livre, saia do café e admire o jardim vertical do CaixaForum, outro cenário clássico de fotos no bairro.
Perca-se um pouco no Barrio de Las Letras
As lojas de antiguidades, sebos, bares, restaurantes e até lojas de roupas descoladas abundam no Barrio de las Letras. Andar pelas quadras antiquíssimas da região sem destino vale a pena pelas cores, cheiros e cenas típicas locais.
Barrio de Lavapiés
Madrid é uma cidade multicultural e tem imigrantes de todas as partes do mundo.
Bom exemplo disso é o bairro de Lavapiés, mais ao sul de Huertas, com uma cena, digamos, underground — grafites mil, lojas de produtos típicos orientais ou latinos e centros culturais como a La Tabacalera, uma fábrica de tabaco desativada que se transformou em galeria de street art e casa de espetáculos, além de oferecer uma extensa programação cultural.
O centro cultural La Tabacalera, em Madrid – La Tabacalera – Foto: Marta Nimeva Nimeviene
Bem perto do centro cultural, um bom lugar para provar algo diferente é o restaurante de comida senegalesa Baobab.
O que dizer dessa comida com apresentação abaixo da média e sabor inesquecível?
Viscoso mas gostoso. Confesso que, na primeira ida, os pratos me pareciam um pouco “gororoba de cantina escolar”, mas foi amor à primeira garfada. Tanto que arrastamos todos os nossos hóspedes para prová-la há dois anos.
Se você é do tipo fresco para comer, em Lavapiés também tem o Shapla, restaurante indiano saborosíssimo, com um menu inacreditavelmente extenso. Em ambos os casos, o preço é muito camarada e os pratos individuais alimentam, com sobra, duas pessoas não-ogras.
Ainda na região sul da cidade, em Embajadores, vale a pena conhecer o Matadero, que já foi, literalmente, um matadouro de animais.
Desde 2007, entretanto, é um imenso complexo cultural que abriga exposições, cinema, festas ao ar livre e até parques de diversões entre a primavera e o verão.
É quase impossível frequentar os shows gratuitos sem fazer um paralelo com o Sesc, no Brasil. Digamos que seria um Sesc com público (ainda mais) hipster.
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O centro cultural Matadero tem exposições, cinema, festas em Madrid – foto: Luiza Sahd
– O que fazer em Madrid: Show de dança flamenca
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O que fazer à tarde em Madrid
Alguns clichês em Madrid são necessários e guardam surpresas agradáveis. Um deles é ver o pôr-do-sol na Plaza Mayor, no coração da cidade.
Ignore a multidão turística e olhe para o cima: se o céu não estiver rosa com tons de roxo, peça seu dinheiro de volta. É lindo de emocionar o contraste do horizonte com a praça de prédios avermelhados.
De lá, dê uma voltinha pelo bairro de La Latina, que tem construções antigas e belíssimas, com bons bares, tascas e restaurantes tradicionais como o Botín, o mais antigo do mundo de acordo com o Guinness Book.
Descubra o que fazer à noite em Madrid a partir de Malasaña – foto: Luiza Sahd
Terminado o passeio, suba mais um pouco, cruzando a Gran Vía — digamos que é a Brodway espanhola — e siga rumo ao bairro de Malasaña. Além da infinidade de comércios com estilo mais moderninho e outros tantos grafites pela rua, é por lá que as noites incríveis de Madrid começam… mas falaremos disso abaixo.
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O que fazer à noite (e de madrugada!) em Madrid
Uma noite é pouco onde for: a balada madrileña é das mais intensas do mundo.
Se você acha que brasileiros são os reis da festa, prepare seu coração para a Espanha, onde o povo ri na cara do perigo (de perder a hora para trabalhar) e a noitada só termina de dia.
É impossível explicar a fúria espanhola para a fiesta sem viajar um pouco no tempo e lembrar da Movida Madrileña — movimento contracultural com auge nos 80 que fez pipocar em Madrid os clubes mais undregounds, a música punk, a liberação sexual e deixou heranças no mínimo curiosas, como o hábito local de peregrinar por um monte de bares a cada noite ao invés de escolher um e beber sentadinho, como o resto do mundo faz.
À noite em Madrid: onde ir e o que fazer
Discoteca Teatro Joy Eslava, em Madrid – Foto: Luiza Sahd
Tomar uma cerveja ou drink e mudar de bar a cada par de horas pode parecer cansativo para um brasileiro, mas tem suas vantagens: em pouco tempo, você conhece mais lugares, pessoas, músicas e acaba encontrando algum que tenha a sua cara.
Outro detalhe interessante da noite na capital espanhola é a mistura de idades e estilos entre os boêmios. Não se admire se, ao seu lado, na pista, houver um (a) vovô (a) mais empolgado e beberrão do que você.
Aqui, selecionamos bares e boates míticas da cidade para uma noite inesquecível (ou um borrão de memória causado por ressaca). Sugestão: você pode ler o post ouvindo essa música ícone da Movida.
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Bares em Madrid
Para começar a noite
Em Malasaña, faça como os espanhóis. No bairro mais descolado de Madrid, história e modernidade se misturam harmoniosamente.
Para começar a noite, dê uma volta pela Plaza San Idelfonso, cheia de mesinhas, agito e restaurantes.
Estique a caminhada até o Mercado San Idelfonso para provar umas tapas e chupitos (shots de bebidas destiladas), porque saco vazio não para em pé.
Mercado de San Idelfonso, no bairro de Malasaña – Foto: Divulgação
Se você for do tipo que ama um botequinho simplão, vá ao El Palentino, um boteco emblemático da cidade. Não deixe de provar o Pepito (sanduíche em pão francês recheado com um bife suculento, sabor bife da mamãe). Local perfeito para um esquenta low cost e divertido.
Se bar meio sujinho não faz sua cabeça, a boa é começar a noite no Corazón. Música legal, gente bonita e drinks elaborados. A decoração é sofisticada e, os coquetéis, muito bem feitos. O Bloody Mary é uma boa opção. Os preços são salgadinhos, mas vale o passeio.
Baladas em Madrid
Balada, balada meeesmo em Madrid começa entre 1:00 am e 2:00 am.
Para dançar de tudo um pouco, do pop ao rock passando por algo latino, a discoteca El Perro de La Parte de Atrás del Coche é perfeita.
Guarde um pouco de ânimo para, lá pelas 4:00 am, dar um pulinho no La Via Láctea, um bar-discoteca-com-sinuca tradicionalíssimo onde meia Madrid termina suas longas noites.
La Via Láctea, uma das baladas mais clássicas em Madrid – Foto: gaelx/ WikiCommons
Pelo centro de Madrid
Sala El Sol
Também muito tradicional e no coração da cidade, a discoteca Sala El Sol agrada a gregos e troianos com música pop internacional e espanhola desde 1979. As filas para entrar são longas, mas andam rápido. Não se assuste e siga as luzes!
Teatro Joy Eslava
Teatro Joy Eslava, ao lado da Puerta del Sol em Madrid – Foto: Divulgação
Despretencioso por fora e chique de doer por dentro, o Joy Eslava tem shows 365 dias ao ano e todos os estilos de festa possíveis. Dê aquela analisada na programação antes de entrar.
Bônus: ele fica na esquina da melhor churrería de Madrid, a San Ginés, que também abre 24h inclusive no Natal, Reveillón e em qualquer hora que a fome bater, desde 1894.
Cassette
Os amantes de música eletrônica — e até quem não ama tanto assim — merecem uma noite no Cassette, uma discoteca que tem festas especialmente disputadas aos domingos. A pista é ampla, a música é bem boa e as luzes do palco são (positivamente) meio alucinantes.
El Bombón de Madrid
El Bombón, no bairro La Latina – Foto: Divulgação
O El Bombón deu tão certo em Barcelona que ganhamos um em Madrid. Perfeito para se jogar na pista com clássicos da música latina, excelente comida venezuelana e drinks muito criativos como o Amor Verdadero, uma espécie de mojito de maracujá com algum segredo da casa que vai te fazer pedir mais um, mais dois e tal.
Badalando por Lavapiés, zona sul de Madrid
Se você busca uma noite mais alternativa do que a do centro da cidade, o bairro de Lavapiés é um prato cheio.
Comece a noite obrigatoriamente em dúvida com a imensa oferta de bares na Calle Argumosa.
Dois clássicos são a Sidrería, com comida e bebidas gallegas de primeira e o disputadíssimo La Playa de Lavapies, cujo nome é autoexplicativo: o clima é bem praiano e tropical.
Antes de entrar na boate, dá tempo de passar pelo bar Amor Voodoo e provar a sopa sancocho para repor as energias perdidas durante as andanças. Quando o bar fechar, lá pela 1:00 am, siga para o Club 33, dê o melhor de si ao som de rocks e baladas com pegada mais indie/pop, e, por favor, não perca a oportunidade de dançar no palco.
Longe da gente receitar qualquer medicamento sem ter estudado para isso, mas na Espanha não existe Engov. Dizem as más línguas que, na manhã seguinte aqui, um ibuprofeno resolve o a ressaca.
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Bairros de Madrid: um deles é a sua cara
Veja onde ficar na capital espanhola
Com mais de três milhões de habitantes, Madrid tem diversidade para dar e vender, mesmo em comparação a outras grandes capitais europeias
Callao, um dos cartões postais de Madrid. Foto: Luiza Sahd
Quando a ideia é viajar para uma cidade desconhecida, sempre torcemos para que a hospedagem não só esteja em um lugar central, mas que tenha algo a ver com nosso estilo — ou que, ao menos, o ambiente não seja detestável.
“Onde ficar” é sempre uma loteria em algum grau e, para poupar o seu trabalho, falaremos aqui dos bairros centrais mais famosos de Madrid. Você provavelmente vai querer ficar em algum deles para sempre, como aconteceu comigo.
Sol, o marco zero de Madrid
Metrô Sol, ao lado do marco zero da cidade. Foto: Luiza Sahd
O marco zero da capital pode ser comparado, guardadas as devidas proporções, à Sé paulistana. Há uma multidão de turistas em qualquer dia do ano, em qualquer horário, além de uma imensa oferta de comércios, bares e restaurantes.
Prós:
- Bem comunicado com qualquer parte da cidade;
- Perfeito para quem não passa uma viagem sem fazer comprinhas.
Contras:
- Muitos restaurantes do tipo “pega-turista” com comida mediana;
- Todos os grandes eventos da capital passam por lá. Se você procura tranquilidade, fuja!
Huertas – Cortes
Huertas, onde o moderno e a tradição se misturam. Foto: Luiza Sahd
Bem próximo ao sol e um pouco mais tranquilo, o também conhecido como Barrio de las Letras é bonito, histórico e fica perto de todos os museus importantes de Madrid. À tarde, é ótimo para passear e comer. À noite, não tem nada digno de nota.
Prós:
- Lojas, cafés e museus sensacionais;
- Um ambiente intermediário entre tranquilo e agitado, moderno e tradicional.
Contras:
- Se você tem preguiça de ladeiras, é uma das poucas regiões íngremes de Madrid.
Barrio Salamanca
Calle Serrano, o metro quadrado mais valorizado da capital. Foto: Luiza Sahd
A região também conhecida como Goya é chiquérrima. Os preços, obviamente, também são. Por essas e outras, Salamanca não é lá muito repleta de gente jovem.
A Calle Serrano tem as lojas mais famosas do mundo e pode-se dizer que tem um quê de Champs Élysées.
Prós:
- Perfeito para quem busca luxo, silêncio, comodidade e restaurantes gourmet;
- A Plaza Colón é muito agradável e merece uma visita.
Contras:
- Se você tem pouco dinheiro na conta, vai se divertir pouco por lá;
- Para os padrões madrileños, é um bairro com pouquíssimo agito.
La Latina
Jardín Príncipe de Anglona, no bairro de La Latina. Foto: Carmen Voces
Central e tradicional, o bairro tem muita oferta cultural, bares e restaurantes.
A depender da rua, pode ser um pouco barulhento à noite, mas é, sem dúvidas, uma parada obrigatória na cidade.
Prós:
- Muitos trechos com arquitetura medieval, gastronomia de raiz, a mais pura tradução da Espanha;
- Aos domingos, o bairro tem El Rastro, um mercado de pulgas sensacional;
Contras:
- Durante as datas comemorativas como a festa de San Isidro, as ruas estarão lotadas 24/7.
- Alguns trechos do bairro são meio feios e caóticos.
Lavapiés
Eu, posando com um dos infitos (e lindos) grafites de Lavapiés. Foto: acervo pessoal
O bairro tradicionalmente imigrante anda cada vez mais gentrificado, a bem da verdade. Há alguns anos, havia quem dissesse que era perigoso andar por lá (para os padrões madrileños, onde assaltos são raríssimos).
A região é super rica em cultura, gastronomia e tem uma pegada underground.
Prós:
- Você vai se maravilhar com as lojas, bares e restaurantes das mais variadas origens: orientais, africanas, latinas…
- Os preços ainda são mais camaradas do que na maioria dos bairros.
Contras:
- Lavapiés é barulhento. Se você pretende acordar cedo e curtir as manhãs, procure outro bairro;
- Gente te chamando para entrar em restaurante, em loja, para olhar o folheto… Gente te chamando de modo geral.
Malasaña
Malasaña, sempre pulsante e cheia de arte. Foto: Zarateman
A coisa mais hipster que já aconteceu na Espanha. Comércios e serviços para todos os gostos e bolsos, os bares e baladas mais legais da cidade e gente de todos os estilos, sobretudo jovens.
Prós:
- A região é muito animada e a oferta cultural é impressionante;
- Fácil locomoção para outros pontos da cidade.
Contras:
- Barulho, gente bêbada;
- Falta verde. Malasaña é super urbanizada.
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Chamberí
Plaza de Chamberí. Foto: Площадь Шамбери
Moderno, cheio de comodidades, bares e lojas, Chamberí é um ponto menos central mas igualmente interessante de Madrid. Se você gosta de comer bem e de compras, é o seu bairro na cidade.
Prós:
- Tudo é fácil por lá, sobretudo se você estiver de carro.
- Tem zonas com agito e outras mais sossegadas;
Contras:
- Pode ser caro;
- Você vai demorar mais para chegar ao centro da cidade.
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Bate-volta da capital da Espanha
Cidades próximas de Madrid para visitar
Se visitar a cidade de Madrid está nos seus planos, não se deixe enganar pela agitação e a modernidade típica das grandes metrópoles europeias.
A capital espanhola é um oásis urbano cravado em um entorno surpreendentemente velho – no melhor sentido da palavra.
Cercada por pequenos pueblos que parecem ter parado no tempo, as viagens de um dia pelos arredores madrilenos oferecem efervescência cultural, gastronômica, histórica e, claro, todo o carisma de um povo extremamente cativante e acolhedor.
Toledo
Mosteiro San Juan de los Reyes – Foto: Luiza Sahd
Toledo é o tipo de cidade que parece um portal para outra Espanha.
Logo na chegada ao centro, há uma vista linda do Rio Tejo e das pontes que unem a “nova” Toledo ao que eles chamam de “ciudad murada”, que é a parte histórica da região, toda cercada por muros de pedras. Por ali mesmo, você pode começar uma aventura e fazer tirolesa, tendo sempre em mente que, no inverno, o frio e a umidade em Toledo são de lascar.
A cidade, de facílimo acesso viajando de trem (30 minutos, saindo da estação Atocha, em Madrid) é atípica também por guardar, além de catedrais e conventos católicos, muitas mesquitas e sinagogas. As influências de diferentes religiões por ali ao longo dos séculos deixou um legado tão rico que se reflete tanto na arquitetura como na sociedade e na gastronomia.
A melhor dica para os visitantes de Toledo é a seguinte: compre o Bono Turístico, uma pulseirinha que custa 9 euros e garante seu acesso a seis atrações pagas da região. Por ali, quase tudo é pago e o bono vai te poupar tempo e dinheiro.
Mesmo que se ande completamente sem rumo pela cidade murada, você vai tomar um susto atrás do outro com monumentos e vistas inesquecíveis.
Aconselho fortemente a compra de um mapa para, ao menos, saber sair de lá.
Além disso, não deixe de passar pela Sinagoga de Santa María la Blanca, pelo Alcázar (castelo), pelo Mosteiro San Juan de Los Reyes e descanse da infinidade de ladeiras tomando um bom vinho na Plaza Zocodover.
Aranjuez
Aranjuez, cidade próxima de Madrid, tem belezas como o Palácio Real – Fernando Garcia
Viajando apenas 44 quilômetros ao sul de Madrid chega-se a Aranjuez.
A cidade, cortada pelos rios Tajo e Jarama, tem como atração principal o Palácio Real e um sem-fim de jardins que foram declarados Patrimônio Histórico da Humanidade.
Em poucas horas de passeio (cinco são mais do que suficientes), é possível percorrer os pontos mais interessantes da região, como o Museo de Falúas, que, além de pinturas, reúne uma coleção de barcos cobertos de ouro usados pelos reis para navegar o Tajo e o Mar de Ontígola.
Outros passeios lindos são as visitas a edifícios históricos como a Iglesia de San Antonio de Padua e o convento de San Pacual, além das Casas de Caballeros y Oficios, de Infantes e de Labrador.
A gastronomia local, além de deliciosa, tem preços muito mais convidativos e fartura do que você poderia encontrar na capital espanhola.
Alcalá de Henares
Palácio de Laredo, em Alcalá de Henares, fácil de ir de Madrid de trem ou carro – Universidad de Alcalá
Outro Patrimônio Histórico da Humanidade, Alcalá de Henares tem fácil acesso saindo de Madrid por trem e, de carro, basta fazer o trajeto de 36 km pela Via A-2.
Antes de mais nada, a visita vale muito a pena para os amantes da literatura e das artes porque a cidade foi o berço de Miguel de Cervantes e há muito o que descobrir sobre o maior escritor de língua espanhola (e um dos maiores entre todos, de todos os tempos) por lá. A cidade tem toda uma aura artsy.
Em Alcalá de Henares, não deixe de relaxar na Plaza de los Santos Niños, vá caminhar pela Calle Maior, fique de queixo caído com as cores do Palácio de Laredo, entre na Catedral Magistral e na capela de San Idelfonso, que são divinas mesmo (em termos arquitetônicos, mesmo que você não seja lá muito religioso).
Um ponto interessantíssimo em Henares é o Museu de Escultura ao ar livre da cidade. Basicamente, trata-se de uma exposição pública e permanente de arte contemporânea, inaugurada em 1993 e organizada pelo escultor José Noja.
Dica óbvia, mas sempre necessária: visite a Casa Natal de Cervantes também!
Segovia
Catedral de Santa María de Segovia -Foto: Turismo Segovia
Se você é mais uma vítima da paixão bandida por leitão à pururuca, Segovia é a sua cidade nos arredores de Madrid. Por lá, o prato tradicional é o cochinillo, um porquinho assado que arrebata multidões de turistas babões.
Com acesso rápido por trem (30 minutos) ou ônibus (1 hora) desde Madrid, além da gastronomia sedutora, muitas atrações podem acelerar seu coração, e não por causa do teor de colesterol.
Uma das mais famosas é o Alcázar de Segovia, que, dizem as línguas locais, serviu de inspiração para Walt Disney no desenho do castelo da Cinderela.
Segovia foi toda construída em torno dos arcos de um aqueoduto romano erguido há mais de 2 mil anos. Ao chegar, você dá de cara com ele e se pergunta como algo tão majestoso foi erguido a tanto tempo — e como segue ali, em perfeito estado de conservação.
Na cidade, dê uma volta passando pela Catedral de Santa María de Segovia, visite o antigo bairro judeu chamado La Judería (com destaque para a Antigua Sinagoga Mayor) e passe pela Casa de los Picos, um símbolo do Renascimento na arquitetura local.
Se sobrar fôlego, suba as escadas que dão na torre da Puerta de Santiago. Além de aproveitar uma vista incrível, a subida pode te ajudar a digerir o cochinillo.
3 comentários
Madri, ai que saudades é um dos lugares mais lindos que já foi.
Boa comida, gente hospitaleira e tudo muito lindo.
Ótimas dicas! Estou planejando minha viagem e procurando por várias informações no seu blog para ter mais dicas e me sentir mais segura. Obrigada! Gostaria de te perguntar se você já ouviu falar em uma corretora de cambio chamada OnlineCâmbio, preciso trocar meu dinheiro e parece que esse site tem várias opções e o preço mais barato.