7 de março de 2022 (atualizado) por Muita Viagem.
A cidade de Buenos Aires
Pode parecer uma dica tola dizendo que andando a pé você irá economizar.
Entretanto, especialmente para quem gosta de conhecer cada cantinho e pontos menos explorados da cidade, andar a pé em Buenos Aires é fácil pela organização dos quarteirões. A cidade é plana e as ruas metricamente numeradas e bem planejadas.
Mapa do metrô de Buenos Aires
Utilize o metrô para percorrer distâncias entre bairros.
Mapa do metrô de Buenos Aires
Por exemplo, se for do centro até Palermo, conhecer La Boca ou ir da Recoleta até Palermo. Ou quiser conhecer no mesmo dia o bairro Recoleta, Retiro e Puerto Madero, a linha verde e linha azul do metro pode ajudar no roteiro.
Como andar pelas ruas de Buenos Aires
Como dissemos, Buenos Aires é bacana para quem gosta de andar a pé. A cidade é plana e as quadras são simétricas, como um tabuleiro de xadrez. Ou seja, até uma pessoa perdida consegue se encontrar nas ruas com um mapa off-line no celular.
É tão fácil andar pela cidade que ao pedir alguma informação na rua as respostas normalmente são bastante precisas: “ande cinco quadras em frente, vire a direita e ande mais três quadras.”
A cidade de Buenos Aires conta com metrô desde o começo do século XX. As estações e os trens não são novos como na cidade de São Paulo, mas o metrô (ou subte, como chamam na cidade) é ótimo para percorrer longas distâncias.
Quanto custa o metrô de Buenos Aires? Além da tarifa individual de 19 pesos, é preciso comprar o cartão Sube por 90 pesos.
Atenção! Fique atento ao lado que você entra do metrô: só dá para trocar de sentido em algumas estações.
Os ônibus também são uma boa opção, mas fique atento ao preço: se você não tem o cartão de transporte público, tem que colocar o dinheiro trocado, com moedas, na máquina-caixa. Não existem cobradores.
Um passeio a pé (e barato) por Buenos Aires
Buenos Aires é uma cidade perfeita para andar a pé. Muito plana e com quadras simétricas (cada uma forma um quadrado de 100 metros por 100 metros), caminhar pela capital argentina não cansa e é difícil se perder no tabuleiro de xadrez quase perfeito que é o mapa de Buenos Aires.
Sugerimos um passeio bem tranquilo, que pode ser feito sem pressa e esforço em 3 horas. O mapa do roteiro em Buenos Aires vai abaixo.
Comece o passeio na Plaza del Congreso. Em frente, da praça fica o Palacio del Congreso de la Nación Argentina, a sede do Congresso do país.
Congresso argentino, onde começa nosso roteiro a pé por Buenos Aires
O Palácio do Congresso (Hipólito Yrigoyen, 1835; ponto A no mapa de Buenos Aires do nosso roteiro a pé) é onde se reúnem os 72 senadores e 257 deputados argentinos.
Inaugurado em 1946, o prédio com influência arquitetônica greco-romana é uma impressionante obra de engenharia com uma cúpula a 80 metros de altura.
Vale a pena espiar o prédio de perto e ver os detalhes entalhados nas paredes e colunas. A praça do Congresso é agradável e dá para ficar bastante tempo por ali tirando fotos e até sentado esperando alguém.
Siga pela Avenida Mayo
De forma geral, o prédio, como a obra, é dividido em três partes: inferno, purgatório e paraíso. Seus 100 metros de altura correspondem aos 100 cantos do livro do escritor italiano. O prédio tem 22 andares, como as estrofes de A Divina Comédia.
Esses e outros detalhes podem ser conhecidos em uma visita à atração de Buenos Aires, que oferece uma vista panorâmica em 360 graus incrível da capital argentina.
Entre o Palácio Barollo e a avenida 9 de Julio, ainda na Avenida de Mayo, fica um dos nossos cafes notables preferidos de Buenos Aires, o Los 36 Billares (Avenida de Mayo, 1265, ponto C no mapa do roteiro a pé em Buenos Aires).
O Los 36 Billares é ótimo para comer bem e barato em Buenos Aires em um lugar charmoso
O Los 36 Billiares um ótimo lugar para comer bem e barato na capital argentina, com garçons atenciosos e uma decoração bem tradicional.
Se for apenas para tomar um café, espere alguns metros: vale a pena sentar no Café Tortoni, o mais antigo cafe notable de Buenos Aires.
Caminhe e pare para observar a Avenida 9 de Julho
A via é saudada, pelos argentinos, como a mais larga do mundo, mas hoje esse título não é mais dela.
Não adianta discutir com os portenhos, que se orgulham da marca. É como dizer a um paulistano que a cidade não é a pior do mundo ou a um carioca que seu bairro não é o melhor do mundo. Coisas de orgulho da terra.
Após cruzar a 9 de Julho (ponto D no mapa do roteiro a pé por Buenos Aires), ainda na Avenida de Mayo, fica um dos ícones de Buenos Aires, o Gran Cafe Tortoni (Avenida de Mayo, 825, ponto E no mapa do roteiro a pé em Buenos Aires).
Vale a pena visitar o Tortoni. O preço do café é razoável, nada além do que se paga em outros bons cafés das cidade.
Não se intimide: você pode tomar apenas um café e tranquilamente usar a internet sem fio, planejar o roteiro noturno em Buenos Aires ou tirar foto pelo local que tem grande parte da sua decoração original.
A Defensa é uma rua imperdível em San Telmo
Continue pela Avenida de Mayo e você vai passar pela Calle Florida (ponto F do nosso mapa para uma viagem barata por Buenos Aires).
A Florida já foi a rua mais badalada da capital portenha, mas hoje não tem grandes atrações turísticas. É um bom lugar para compras de grifes e marcas internacionais e para fazer câmbio.
Centro portenho e Costanera Sur
Caminhar pelas ruas movimentadas do centro – especialmente nos bairros de Montserrat e San Nicolás –, com seu comércio intenso, edifícios históricos, cafés e restaurantes, é um bom começo para sentir o clima da cidade e observar sua agitada vida urbana.
Ruas como a Florida e a Lavalle, com calçadões fechados para carros, e avenidas como a Corrientes e a Córdoba borbulham de pedestres, entre turistas que observam a paisagem e portenhos que caminham apressados em meio ao seu cotidiano.
A Casa Rosada, sede da presidência.
Por ali estão alguns dos mais ilustres edifícios da cidade, como a Catedral Metropolitana, o Centro Cultural Kirchner (fique de olho na programação de exposições e shows), a bela Galeria Guemes e a Casa Rosada – localizada em frente a Praça de Maio, palco de importantes atos e manifestações ao longo da história do país.
Congresso Nacional e o Palácio Barolo
Caminhando a partir dali pela avenida de Maio pode-se visitar ainda o Congresso Nacional e o Palácio Barolo, com sua arquitetura eclética bastante peculiar.
O Cabildo, uma das atrações de Buenos Aires em torno da Plaza de Mayo
Na Praça do Congresso está localizada também a Associação das Mães da Praça de Maio, que abriga um agradável café e lanchonete. Fundada por mães de mortos e desaparecidos políticos da época da ditadura militar argentina, a associação é uma das mais ativas organizações políticas de esquerda do país.
Ali ao lado, na rua Virrey Cevallos, o restaurante peruano Status é uma boa opção para quem quer variar o cardápio na capital portenha.
A avenida Corrientes abriga os grandes teatros comerciais da cidade – uma espécie de Broadway portenha – e leva até o imponente obelisco da avenida 9 de Julio — a rua mais larga do mundo.
Reserve o momento do semáforo fechado para uma foto, de preferência com o Obelisco ao fundo.
Ao longo dela estão localizados não só o obelisco, mas diversos cafés, restaurantes, grandes hotéis, uma simpática praça com a estátua Adolfo Alsina e o mais importante teatro portenho (e argentino), o Colón.
Um passeio na Reserva Ecológica Costaneira Sur é especialmente agradável no verão.
Ao atravessar alguma das pontes que saem de Puerto Madero – região revitalizada e cheia de bares e restaurantes de alto padrão –, em poucos minutos nos deparamos com esta vasta área verde que rapidamente nos faz esquecer o quão perto estamos do centro.
A reserva, que abriga uma enorme diversidade de espécies de pássaros, é mais “selvagem” do que outros parques da cidade.
Através de suas trilhas, que mais parecem estradinhas de terra, chega-se à beira do Rio da Prata, com locais para apreciar a vista e áreas com mesinhas e cadeiras para fazer um pic-nic ou descansar.
O roteiro a pé continua para um lugar que, como nenhum outro, resume a história argentina: a Plaza de Mayo (ponto G no mapa do roteiro a pé em Buenos Aires).
A Casa Rosada
A Casa Rosada, sede da presidência da Argentina, é a atração mais conhecida da praça, mas o lugar é rodeado de prédios de importância histórica, arquitetônica e da política atual.
Prepare a câmera fotográfica: ali você vai encontrar o Banco de la Nación Argentina, o Cabildo de Buenos Aires, o prédio da Prefeitura de Buenos Aires e o da Catedral Metropolitana de Buenos Aires.
Se ainda tiver fôlego para continuar o roteiro por Buenos Aires, vá para o bairro de San Telmo pela Defensa.
No caminho, você verá vários antiquários, lojinhas de artesanatos, restaurantes bacanas e lugares para comprar roupas de grifes argentinas próprias.
A Plaza Dorrego, em San Telmo, o mais charmoso bairro de Buenos Aires, (ponto H no mapa do roteiro a pé em Buenos Aires) é um ótimo lugar para tomar uma cerveja depois da caminhada.
San Telmo
Partindo da área central para o sul, chegamos ao bairro de San Telmo, um dos mais antigos da cidade, com parte de sua arquitetura colonial preservada.
Região boêmia, com muitos cafés tradicionais e restaurantes, San Telmo é também a morada de centenas de antiquários com todos os tipos de objetos – livros, móveis, louças, talheres, tapetes, roupas, instrumentos musicais etc.
É ainda um bairro ideal para caminhar sem pressa, perder-se por ruas como Defensa, Bolivar e Balcarce e reservar algum tempo para contemplar a agradável Praça Dorrego, com seu ar de praça de cidade do interior.
É nela que, aos domingos, ocorre a tradicional feira de rua de San Telmo, que além de reunir barracas de antiguidades, artesanatos e produtos locais fica repleta de artistas de rua que se apresentam nos arredores.
San Telmo abriga dois importantes museus da cidade: o MAMBA (Museu de Arte Moderna de Buenos Aires). A instituição foi fundada em 1956, é dedicada à arte moderna e contemporânea e reúne em seu acervo obras de grandes artistas argentinos e estrangeiros do século XX.
Além do seu vizinho caçula, o MACBA (Museu de Arte Contemporânea de Buenos Aires), um espaço menor aberto em 2012 e dedicado à arte contemporânea.
Foi nesta região que fiz algumas das melhores refeições da viagem.
Na rua Bolivar, junto à entrada do Mercado de San Telmo – que mesmo tendo se tornado muito turístico vale a visita –, o pequeno e despojado Nuestra Parrilla, chamado pelos locais de Lo de Freddy’s, serve o melhor chorizo (semelhante à linguiça brasileira) que comi.
Além do choripan (pão com chorizo), os sanduíches de outras carnes também são imperdíveis.
No mesmo bairro, um restaurante menos informal, mais caro, mas ainda acessível, é o Gran Parrilla del Plata, que serve todos os tipos de carne argentina da melhor qualidade.
Avenida Defensa, dos antiquários às tendências da moda
A Avenida Defensa também merece ser percorrida nos outros dias da semana, além do domingo, quando recebe a feirinha de San Telmo. E sem pressa.
A rua mais famosa de San Telmo tem muitos antiquários, bons e baratos restaurantes e lojas de roupas de marcas próprias que apontam as tendências da moda argentina e da moda urbana.
Muitos antigos casarões de San Telmo foram transformados em galerias de arte, também vale a penal dar uma olhada.
Ali perto, ao lado da Praça Dorrego, a Birreria Funes tem no cardápio algumas das melhores cervejas artesanais que experimentei na cidade. Se preferir, a Funes tem sede também em Chacarita, próximo ao bairro de Palermo.
Buenos Aires – roteiro por La Boca e El Caminito
El Caminito
As cores vibrantes em cada cantinho desta rua atraem os turistas para o periferia da cidade. O passeio deve ser incluído no roteiro em Buenos Aires, mas alguns cuidados devem ser tomados.
A região de El Caminito, em Buenos Aires, é muito turística, com todos os problemas que isso traz.
La Boca
Mais ao sul, San Telmo faz fronteira com o bairro de La Boca, conhecido internacionalmente por sediar o clube de futebol Boca Juniors, time de maior torcida no país, e por suas pequenas casas coloridas construídas em madeira, telhas ou placas de metal.
Bairro operário habitado a partir do fim do século 19 por imigrantes espanhóis e italianos, a Boca teve algumas de suas ruas revitalizadas a partir dos anos 1950.
Uma delas abriga o Caminito, uma “rua museu” que, além das casas restauradas e pintadas, está repleta de decorações e murais nas paredes, vários deles relacionados às lutas políticas.
Casas coloridas no Caminito, no bairro da Boca.
As coloridas casinhas do El Caminito e arredores, em La Boca, são uma das marcas de Buenos Aires – Argentina. Pelo menos para os turistas.
A rua e seus arredores são coalhadas de lojinhas de souvenir, restaurantes para turistas e muito, muito tango. Há desde casais dançando na rua até apresentações dos estabelecimentos. Dá para tirar fotos com as duplas a caráter.
Em La Boca também fica o lendário estádio Alberto José Armando, conhecido como La Bombonera, casa do Boca Juniors, o clube azul y oro da capital argentina.
O tradicionalíssimo bairro de La Boca é um lugar bonito, que vale a pena visitar. Mas… tem vários problemas nesse roteiro em Buenos Aires, a começar pelas perigosas ruas da região.
Parques em Buenos Aires
O caminho para o (bastante turístico) El Caminito passa por dois agradáveis parques.
O Lezama, ainda próximo a San Telmo, é um dos mais antigos da cidade e abriga o Museu Histórico Nacional.
Com suas escadarias, monumentos e anfiteatro, o parque fica cheio até tarde nas noites de verão.
Já o Parque Flora Nativa Benito Quinquela Martin, inaugurado em 2006, é vizinho do célebre estádio da Bombonera, sede do Boca Juniors que abriga um museu multimídia e tem suas arquibancadas abertas à visitação.
Ao lado do Lezama, na esquina com a rua Defensa, dois restaurantes tradicionais, o Bar Británico e o El Hipopotamo, são boas opções para uma refeição, café ou cerveja.
O bairro da Boca abriga também, já próximo ao Rio da Prata, a Usina del Arte, um amplo espaço cultural sediado em uma antiga usina elétrica do início do século 20. Fique atento à intensa programação de música e exposições.
Turistas devem ficar espertos em La Boca
A região do Caminito é muito turística, com todos os problemas que isso traz
O que é ruim: como acontece com os lugares muito turísticos, El Caminito pode enjoar rápido.
O cenário é um tanto artificial. Muitas pessoas te chamam para entrar nos restaurantes de forma insistente, chegando a tocar no ombro ou andar atrás de você por um tempo até passar do chato para o irritante.
As lojinhas de souvenir são do tipo baciada, ótimas para comprar imãs de geladeira e só.
Um fato: La Boca é um bairro perigoso em Buenos Aires. Há muitas advertências sobre a segurança do local.
Uma moça do próprio escritório da espécie de secretaria de turismo de Buenos Aires sugeriu que eu não fosse às 16h para lá (melhor ir em torno da hora do almoço). Também disse para ficar bem esperto com mochilas e bolsas. E afirmou: não ande pelas ruas desconhecidas.
La Bombonera, o templo do futebol
O azul y oro do boca Juniors está por todo o bairro de La Boca
Portanto, para ir ao estádio de La Bombonera, siga pela Calle Dr. Enrique del Valle Iberlucea.
No caminho, você verá muitas, mas muitas mesmo, lojas tomadas de azul e amarelo: nelas, é possível comprar de camisas de futebol a calcinhas com as cores do Boca Juniors, passando por roupinhas de bebê, canecas e camisetas com piadas de churrasco.
A figura de Maradona, o maior ídolo do Boca Juniors e do futebol argentino, está espalhada por todos os locais. Mas hoje ele concorre com outro baixinho canhoto genial: La Pulga Messi também é presença constante.
Em uma das lojas, encontrei camisetas por preços baratos na vitrine: tipo 30 pesos.
Entrei e não tinha mais daquela, só as de 200, 300 pesos. Pior que só me toquei da propaganda enganosa depois de comprar uma camisa linda da Argentina de 1986. Não que eu não quisesse, mas gosto de alimentar espertinhos.
Para entrar em La Bombonera, é preciso pagar. O preço atual (2021) para fazer a tour é de 300 pesos.
Dentro de La Bombonera, há até uma loja de vinhos baratos da marca do Boca Juniors
Apesar de ser um estádio simples, La Bombonera e o Boca Juniors mostra como nossos clubes de futebol estão atrasados quanto a ganhar dinheiro com suas marcas.
No local, há uma lojinha com muitos produtos azul y oro, um museu bem equipado com a história e as conquistas do clube, um restaurante e até uma marca de vinho própria, com uma boa loja para comprar vinhos em Buenos Aires.
O estádio impressiona: é mesmo um caixote e a torcida fica colada ao campo..
Para ver um desses jogos no estádio inaugurado em 1940, uma das opções é o Boca Experience, mas diversas agências de turismo e hostels tem tours para os jogos.
Não vale a pena arriscar ir por conta própria neste roteiro em Buenos Aires, pode ser perigoso tanto circular à noite por La Boca como dentro do estádio, ao lado de los hinchas, a violenta torcida organizada argentina.
Conventillos em Buenos Aires
Em La Boca e nos arredores do Caminito, vale a pena entrar e conhecer os antigos Conventillos.
Os espaços são conjuntos habitacionais erguidos no final do século XIX — na verdade, cortiços onde moravam estivadores, marinheiros, trabalhadores do porto e suas famílias. Muitos foram transformados em centros culturais e galerias, mas conservam a estrutura original.
Ao norte, Retiro, Recoleta e Palermo
Se já citamos dois parques e uma vasta reserva ecológica na cidade, é na verdade na região mais ao norte que estão as áreas mais verdes de Buenos Aires.
Já no bairro do Retiro, vizinho ao central San Nicolás, uma série de quatro praças “enfileiradas” – da San Martin até a Canadá – marcam a passagem para regiões mais nobres e arborizadas da cidade, repletas de praças e grandiosos parques.
A Praça Intende Alvear, na Recoleta. FOTO: Divulgação
A Recoleta, com prédios desenhados em diversos estilos arquitetônicos dos séculos 19 e 20 – ecléticos, neoclássicos, art nouveau, art decó e modernistas –, reúne uma vasta área com praças e parques permeados por importantes edifícios públicos da capital.
Entre eles estão a Faculdade de Direito, o Museu Nacional de Belas Artes (com rico acervo de obras europeias e latino-americanas), o Centro Cultural Recoleta (com programação intensa nas mais variadas áreas artísticas), a Basílica Nossa Senhora do Pilar e o célebre Cemitério da Recoleta.
Em frente ao cemitério, que com mausoléus e esculturas dos mais variados estilos é por si só uma espécie de museu ao ar livre, uma feira de artesanatos toma as ruas e praças da região aos sábados.
Palermo
Mais ao norte, Palermo, é o verdadeiro “pulmão verde” de Buenos Aires. Somente o Parque 3 de Fevereiro, o maior da região, possui cerca de 250 mil metros quadrados de bosques, jardins e lagos.
Mas há ainda os seus vizinhos Jardim Botânico – inaugurado em 1898 e que reúne cerca de 6 mil espécies vegetais –, praças como a Intendente Seeber, a Alemania e a Almirante Gonzáles Fernández, o parque Las Heras e uma série de espaços esportivos que fazem de Palermo um sem fim de áreas verdes.
O Parque 3 de Fevereiro, conhecido também como Bosques de Palermo, é um espaço com variados equipamentos culturais e de lazer – que nos lembra por vezes o paulistano Parque Ibirapuera.
Ali estão o Jardim Japonês, com vegetação típica, lago de carpas, biblioteca e restaurante tradicionais; o Planetário Galileu Galilei; o belo jardim de rosas (Rosedal); o Centro Cultural Islâmico King Fahd; o Museo Sívori; e uma série de esculturas e monumentos espalhados pelo belo parque em Buenos Aires.
Repleto de rosas e outras flores, o parque Rosedal fica próximo ao Jardim Botânico. É uma dica de passeio romântico em Buenos Aires.
Para comer, o agradável e recém-recuperado Paseo de la Infanta reúne restaurantes, bares, sorveterias, cafés e lanchonetes.
O Rosedal, no Parque 3 de Fevereiro
É também em Palermo que está localizado o mais marcante – na opinião deste que escreve – museu da cidade, o MALBA (Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires).
No expressivo acervo de arte moderna e contemporânea latino-americanas estão obras (de peso) de nomes como Joaquín Torres-García, Frida Kahlo, Diego Rivera, Antonio Berni, Xul Solar, Fernando Botero, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Hélio Oiticica e tantos outros.
A instituição apresenta também vasta programação de exposições temporárias, organiza debates, lançamentos editoriais e exibe filmes raros em seu cinema.
Seguindo ao norte após os parques de Palermo, as áreas verdes seguem no bairro de Belgrano, mais ao norte, chegando até o Parque de la Memória – criado em homenagem às vítimas da ditadura militar –, o estádio Monumental de Nuñes, do River Plate, e o Parque de Los Niños.
Neste último, à beira do Rio da Prata, a prefeitura monta durante o verão uma grande praia artificial de areia, com sombrinhas, cadeiras e chuveiros, além de organizar atividades esportivas e culturais.
Em Palermo, na parte “urbana”, agradáveis ruas comerciais perto das praças Julio Cortazar e Imigrantes de Armênia abrigam uma série de lojas e restaurantes com preços medianos ou altos.
Citando apenas os que frequentei estão o Lo de Jimena – típica parrilla de bairro bem barata para a região –, o mais rebuscado La Cabrera, com ótimas carnes, e a boa hamburgueria Burger Joint.
O Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires.
Ônibus turístico em Buenos Aires
Se a ideia é andar por muitos pontos turísticos sem perder muito tempo e gastar muito dinheiro com táxi, vale a pena pensar em comprar o bilhete do ônibus de turismo da cidade.
O ônibus percorre as principais atrações turísticas de Buenos Aires, com 20 paradas no total. Com o cartão, você pode descer e subir em outro ônibus, que passam pelos pontos de 20 em 20 minutos e têm fones de ouvido para ouvir a história dos lugares, inclusive com narração em português.
A tarifa custa 2.200 pesos para período de 24h ou 1.700 pesos para 48h. (preços de 2021)
Walking Tour
O walking tour é uma forma divertida e barata de fazer turismo na cidade de Buenos Aires.
Você conhece cantinhos do destino que muitas vezes passam despercebidos, além de curiosidades sobre a cultura do país. E claro, é muito legal para fazer amizades, especialmente para quem viaja sozinho.
Há caminhadas dos mais variados temas, você pode fazer um tour para ver graffitis e arte de rua, saber mais sobre Evita, principais centros e bairros turísticos, etc.