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A Huaca de la Luna merece estar no roteiro dos mochileiros que querem ver tesouros arqueológicos

Huanchaco e Trujillo, no Peru e as ruínas do Vale do Rio Moche

Seguindo meu roteiro de mochilão pelo Peru, dicas sobre o que fazer em Huanchaco e Trujillo.

Antes de mais nada, lembro que depois de me jogar na balada em Mancora, continuei meu roteiro de mochilão pelo Peru pelo litoral do país rumo a Trujillo e Huanchaco um centro urbano de cerca de 1 milhão de habitantes no norte peruano.

A área desértica, entre o Vale do Rio Moche e o litoral peruano, é uma das mais interessantes para quem que se interesa pela arqueologia da América do Sul além dos tesouros incas.

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A região foi o principal centro dos moches, povo que viveu no primeiro milênio depois de Cristo (e a quem é atribuído o desenvolvimento da receita do ceviche, só isso! Na verdade, o ceviche, hoje meu prato preferido, é a comida típica do Peru mais conhecida pelo mundo). E, também, capital dos chimus, um império que rivalizou com os incas e que nunca se dobrou totalmente ao poder de Cusco, a capital dos incas.

Chan Chan, cidade de argila

Chan Chan cidade de argila peru

Chan Chan, a maior cidade de argila do mundo antigo

As duas culturas deixaram um legado impressionante. Na região no norte do Peru, visitei dois dos mais importantes sítios do país: as Huacas (templos) de la Luna e do Sol moche e Chan Chan, a capital dos chimus.

A Huaca de la Luna, o Templo da Lua dos moches, é uma pirâmide com pisos subterrâneos no meio do deserto. Apesar de ser no litoral peruano, chove muito pouco na área. Aliás, Chan Chan, a capital chimu, é a maior cidade de argila do mundo antigo, com paredes de até sete metros de altura construídas para resistir a terremotos e é um Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco.

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Assim, todos os mochileiros que gostam de história e arqueologia devem colocar Huanchaco no roteiro de mochilão pela América do Sul. Não tenho medo de garantir que não vai ter arrependimento. Por isso, cheguei em Trujillo de manhã, depois de quase nove horas de ônibus desde Mancora, e rumei direto para Huanchaco, uma vila de cara para o mar.

praia do Peru

As típicas canoas encontradas nessa praia do Peru

Ficar em Huanchaco é a melhor opção para quem quer tranquilidade: as cidades grandes , como Trujillo, peruanas são bastante confusas. Do terminal de ônibus de Trujillo até o centrinho de Huanchaco demora uns 20 minutos e o táxi custa cerca de 12 soles (Sol é a moeda do Peru).

Como as outras praias do Peru que vi, a paisagem não é a maior atração em Huanchaco –mas a praia no Pacífico está no roteiro de viagem dos surfistas. Ainda assim vale a pena caminhar pela orla e ver as típicas canoas dos chimus, chamadas de caballitos (cavalinhos), por causa do jeito em que os pescadores sentam nela, com as pernas abertas, como se montassem um cavalo.

Mas em Huanchaco e Trujillo o que eu estava atrás era mesmo dos tesouros arqueológicos.

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peru cidade de Chan Chan

Uma foto com GoPro de um muro de 7 metros de altura em Chan Chan

Primeiro, fui de ônibus coletivo a Chan Chan, a gigante cidade de argila construída no final do primeiro milênio. Assim, quando os incas chegaram às bordas do império chimu, no século XIV, Chan Chan tinha algumas dezenas de milhares de habitantes. Chegar em Chan Chan é fácil, tanto de Trujillo quanto de Huanchacho.

O tesouro arqueológico no norte do Peru fica a apenas 5 km de distância de Huanchaco.

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Capital dos chimus no norte do Peru

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A guia ajudou a entender os detalhes de como funcionava a capital dos chimus no norte do Peru

Com muros de até 7 metros de altura capazes de enfrentar terremotos, diversos tipo de construções, pinturas e ornamentos, Chan Chan é cercada por aquedutos e estruturas que traziam água desde os Andes peruano e transformaram a desértica região em um lugar propício à agricultura.

A estrutura de irrigação não funciona desde que os incas sitiaram a capital dos chimus no século 15 e inutilizaram as construções. Para entrar em Chan Chan, paguei 20 soles, mais 20 soles para a guia que contou um pouco da história dos chimus.

Vale a pena para conhecer os detalhes, como a função das estruturas e a história do império que dominou o norte peruano.

Ruínas no Peru

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O pátio principal de Chan Chan, ruínas no Peru que são um Patrimônio Mundial da Humanidade

A cidade de argila é um Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco. Além de entrar em Chan Chan, o ingresso dá direito a visitar um museu na área e outras ruínas arqueológicas ao redor de Huanchaco.

Acabei não indo às outras ruínas que o ingresso dava direito. Os templos e ruínas não ficam perto um do outro e eu estava ansioso para conhecer a Huaca de la Luna, que todos os mochileiros colocam entre as melhores ruínas do Peru, e a Huaca del Sol, que não pode ser visitada, mas vista de longe.

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Arqueologia do Peru: as Huacas dos moche

As duas pirâmides, o templo da lua e o templo do sol, estão entre as maiores estruturas pré-hispânicas únicas da América –a Huaca del Sol é a maior construção de argila feita antes da chegada dos europeus.

Huaca del Sol e Huaca de la Luna

Huaca del Sol Peru huanchaco

A Huaca del Sol vista do templo da lua: entre os templos, arqueólogos desenterram a capital dos moches

Foram construídas com milhões de blocos de tijolos e conservam muito das estruturas originais –na Huaca de la Luna há painéis que ainda tem as tintas das cores com que foram pintados. No entanto, para chegar no sítio arqueológico onde estão os templos da lua e do sol é preciso pegar um ônibus até o centro de Trujillo e depois uma van até as ruínas, aos pés de uma montanha, o Cerro Blanco.

Aliás, o sítio arqueológico moche é um dos principais projetos de conservação do Peru, tocado por uma organização privada sem fins lucrativos, a World Monuments Fund.

O deserto no Peru

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A impressionante pirâmide no meio do deserto foi, literalmente, descoberta das areias a partir de 1998

Além dos templos, os arqueólogos trabalham para desenterrar a cidade onde viveram os mochicas, entre as duas grandes pirâmides. Sem dúvida, é bem curioso fazer turismo nas ruínas no Peru enquanto os arqueólogos trabalham.

Na região, além de lojinhas, há um bom museu para visitar, com muitas peças que sobreviveram ao saque dos conquistadores espanhóis, e bem organizados com informações sobre a história do Peru e as culturas moche e chimu. É um lugar mágico!

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A Huaca de la Luna é um dos meus lugares preferidos no roteiro de mochilão pela América do Sul. O mais impressionante é que as ruínas históricas, com mais de 1.500 anos, estavam cobertas de areia a menos de 20 anos. A Huaca de la Luna começou a ser literalmente descoberta por arqueólogos em 1998.

Por fim, uma rota comum de mochileiros no Peru é Lima – Ica (Huacachina) – Nazca – Cusco, a mesma que eu fiz.

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