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Em algum lugar de La Paz está o lendário Ruta 36

O pub da cocaína de La Paz existe; eu fui

Coca Cola La Paz – Encontramos o pub paceño Ruta 36, na Bolívia.

No pub paceño Ruta 36, o papelote de cocaína custa 150 bolivianos, mas tem promoção: quem compra quatro, leva uma grama de graça. A latinha de Coca-Cola sai por 20 bolivianos e pedi a versão zero para me sentir saudável em meio a toda aquele consumo no bar da cocaína de La Paz.

A cocaína é ilegal na Bolívia, como sabem, e usar pode fazer muito, muito mal.

Para comecáer, o pub Ruta 36 é um daqueles lugares que parece lenda mochileira, não só pelas histórias que ouvi durante todo a viagem pela América do Sul, mas por todo o processo para chegar ao bar, que é, claro, (supostamente) secreto.

Desse modo, o pub em La Paz não tem endereço fixo, para achar tem que perguntar para o taxista (todos os que ficam em frente aos hostels conhecem), dizem que muda a cada dois ou três meses para fugir das autoridades.

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Pub paceño Ruta 36 – La Paz

Na vez que fomos, eu, mais dois brasileiros e um inglês, o bar ficava em uma rua escura, sem nada de movimento. O taxista parou em frente a uma portinha fechada, com dois homens conversando em frente. Descemos e ele fez um sinal para os caras, que abriram a portinha e nos colocaram para dentro.

Quando o cara fechou a portinha, algum fechou também em mim. Nada daquilo lembrava um pub, ainda que esse bar fosse o famigerado pub da cocaína de La Paz. A gente lamentava, entre risos nervosos, que iríamos perder nossos rins.

Tinha que subir dois lances de escada até chegar em outra porta. A outra porta só aumentou o medo de todo mundo: era moderna, pesada parecia coisa de banco, com senha para abrir. E antes do rapaz (o maior boliviano que encontrei na vida, para meu horror) digitar a senha, chegou a hora do pagamento: para entrar no Ruta 36, tem que pagar 30 bolivianos. Ninguém teve coragem de negociar.

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Já esperava um frigorífico do outro lado e veio a surpresa: música, só gringos, cinco ou seis mesinhas baixas, um ambiente escurinho e esfumaçado. Umas 30 pessoas estavam lá. O bar inteiro não tem muito mais que 50 metros quadrados. Não pode tirar foto (não é bom nem tirar o celular do bolso).

Em quase todas as mesas, uma caixa de CD rodava de mão em mão com as carreiras de cocaína.

O garçom vem oferecer assim que as pessoas chegam no bar (e não gostou muito quando não pedimos nada mesmo depois que fiz muuuuuitas perguntas). Só tem mochileiro gringo no pub e o que mais me surpreendeu foi que o ambiente é mais calmo do que eu esperava.

Cuidado com furtos

Não era como eu imagina um pub de cocaína em La Paz. A maioria das pessoas ficam sentadinhas em suas mesas, sem falar alto ou andar para lá e para cá. Notável também como as pessoas ficam sociáveis: para ir no banheiro, você tem que parar para conversar com novos amigos.

Vira e mexe, alguém senta na sua mesa para conversar. O número de homens e mulheres é parecido, mas não rola paquera. Portanto, se você for, fique esperto com suas coisas. Li que há muitos furtos de carteira e celular no bar e, bem, me pareceu óbvio o que acontece: o garçomm, a todo momento, todo mesmo, passa nas mesas para limpar.

Em síntese, como 90% do público do bar está literalmente inspirado conversando, fica façinho pegar os celulares e carteiras em cima da mesa. Quando eu fui, um doidão perdeu a carteira assim.

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